Mudanças na dinâmica e na distribuição geográfica da bovinocultura catarinense (1990/2022)

  • Post publicado:6 de dezembro de 2023
  • Categoria do post:Artigos

O presente trabalho analisa as mudanças geográficas na distribuição do rebanho bovino, da produção de leite e de carne em Santa Catarina, ocorridas a partir do início dos anos 1990, com o objetivo de compreender a dinâmica e subsidiar os processos de tomada de decisão vinculados à bovinocultura no estado. Para tanto, utilizou-se dados do IBGE e da Cidasc, tendo como base de análise as seis mesorregiões de Santa Catarina. Conforme evidenciam os dados, entre 1990 e 2022 o rebanho bovino catarinense cresceu 49,7% e observou-se altas em todas as mesorregiões, com destaque para o Oeste Catarinense (85,1%) e o Sul Catarinense (70,9%). Com isso, o Oeste Catarinense ampliou ainda mais sua participação na composição do rebanho, passando de 37,6%, em 1990, para 46,5%, em 2022. A mesorregião Serrana, por sua vez, reduziu sua participação de 23,9% para 18,0%. No período analisado, também se observou alterações na origem da produção estadual de leite. Entre 1990 e 2022, a produção catarinense registrou alta de 384,7%, em grande parte puxada pela mesorregião Oeste Catarinense, com crescimento de 765,2%. O Sul Catarinense também apresentou alta expressiva de 400,2%. Com isso, a participação da mesorregião Oeste na produção estadual passou de 42,3%, em 1990, para 75,4%, em 2022. Por outro lado, o Vale do Itajaí, que em 1990 respondia por 22,3% da produção, respondeu por apenas 7,4% em 2022. No caso dos abates, destacam-se novamente as mesorregiões Oeste e Sul, com altas de 27,0% e 31,0%, respectivamente, entre 2010 e 2022. A maior variação negativa foi registrada na mesorregião Serrana (-17,2%). Conclui-se que ocorreram mudanças expressivas na distribuição do rebanho e da produção de leite e carne bovina em Santa Catarina no período analisado. Enquanto o Oeste Catarinense e o Sul Catarinense ampliaram seu protagonismo, as mesorregiões Serrana e Vale do Itajaí reduziram sua participação em atividades nas  quais anteriormente se destacavam, o que demonstra uma reconfiguração da pecuária bovina catarinense. Artigo na integra

Autores:
Alexandre Luís Giehl – alexandregiehl@epagri.sc.gov.br
Tabajara Marcondes –  tabajara@epagri.sc.gov.br